R Campos

O crescimento da tecnologia e a evolução demográfica têm implicações no andamento da poupança. Com uma evolução demográfica quase negativa nos principais países desenvolvidos, será a taxa de poupança suficiente e indispensável para o crescimento das principais economias?

As más noticias que não param de chegar, com os despedimentos a aumentarem em todo o Mundo a um ritmo vertiginoso- só para 2009 são previstos mais 59 milhões, atingindo 230 milhões de pessoas - leva-nos a interrogar sobre se a economia mundial não está à beira de um colapso.

Não podemos ignorar que os 3 motores que fazem crescer a economia - exportações,investimentos e consumo - estão e entrar em recessão ao mesmo tempo, devido à crise de confiança que alastra entre os agemntes económicos.

Como será possível evitar esta situação ?

Ou estaremos apenas mediante uma crise conjuntural que lhe seguirá um novo período de expansão?

'A CRISE'

"Um homem vivia à beira de uma estrada e vendia cachorro quente.

Ele não tinha rádio, televisão e nem lia jornais, mas produzia e vendia bons cachorros quentes.

Ele se preocupava com a divulgação do seu negócio e colocava cartazes pela estrada, oferecia o seu produto em voz alta e o povo comprava.

As vendas foram aumentando e, cada vez mais ele comprava o melhor pão e a melhor salsicha.

Foi necessário também adquirir um fogão maior para atender uma grande quantidade de fregueses, e o negócio prosperava... Seu cachorro quente era o melhor de toda região!

Vencedor, ele conseguiu pagar uma boa escola ao filho. O menino cresceu e foi estudar economia numa das melhores faculdades do país.

Finalmente, o filho já formado, voltou para casa, notou que o pai continuava com a vidinha de sempre e teve uma séria conversa com ele: - Pai, então você não ouve radio? Você não vê televisão e não lê os jornais? Há uma grande crise no mundo.

A situação do nosso país é crítica. Esta tudo ruim. O mundo vai quebrar.

Depois de ouvir as considerações do filho doutor, o pai pensou: bem, se meu filho que estudou economia, lê jornais, vê televisão, acha isto então só pode estar com a razão. Com medo da crise, o pai procurou um fornecedor de pão mais barato (e claro, pior) e começou a comprar salsichas mais barata (que era, também, a pior).

Para economizar, parou de fazer cartazes de propaganda na estrada. Abatido pela noticia da crise já não oferecia o seu produto em voz alta.

Tomadas essas 'providências', as vendas começaram a cair e foram caindo, caindo e chegaram a níveis insuportáveis e o negócio de cachorro quente do velho, que antes gerava recursos até para fazer o filho estudar economia na melhor escola, quebrou.

O pai, triste, então falou para o filho: - 'Você estava certo, meu filho, nós estamos no meio de uma grande crise. ' E comentou com os amigos, orgulhoso: - 'Bendita a hora em que eu fiz meu filho estudar economia, ele me avisou da crise... '

Aprendamos uma grande lição:

Vivemos em um mundo contaminado de más noticias e se não tomarmos o devido cuidado, essas más noticias nos influenciarão a ponto de roubar a nossa felicidade e prosperidade de nossos negócios, enfim arruinando nossa vida.

E acho que isso serve para todas as áreas da vida!"

Diz-se que a presente crise que afeta as maiores economias mundiais e, dentro em pouco todos os países, tem origem financeira, é já económica e social, será política, mas a sua dimensão maior não será ideológica?

Não será este o momento do primado das ideias e das convicções?

Na economia, nada está adquirido, tudo está em permanente processo crítico !

NOTA: É com prazer que, depois de um interregno, volto ao convívio dos meus amigos do Y/R. Talvez seja de uma forma menos assídua, mas procurarei contribuir para o esclarecimento dos que pedirem e para a valorização do debate ideológico, sempre dentro do respeito recíproco, apanágio de uma sociedade democrática, livre e responsável.

Um Bom Ano para todos e que a solidariedade natalícia seja possível em cada dia de 2009 !

Dizem os relatórios da ONU que aumentaram no mundo as desigualdades económicas e sociais e que, em muitos países, sobretudo os mais pobres, o aumento exponencial da população vai agravar as carências alimentares, elegendo a FOME como o flagelo da humanidade!

Podemos ficar descansados, optando por produzir produtos alimentares para combustíveis, em vez de gerarmos mais alimentos para as populações?

A base da doutrina Keynesiana, passa pelo papel fundamental do Estado, como impulsionador do desenvolvimento e como interventor e regulador das relações económicas. Entre outros mecanismos, através da despesa pública incentivava o investimento e com isso o consumo, e através da taxa de juro e da massa monetária controlava os processos inflacionistas.

Claro, que numa "economia fechada" as medidas produziam efeito dentro da própria economia e seria possível alcançar os objetivos pretendidos.

Será que hoje numa economia globalizada, onde as pessoas, mercadorias e capitais tendem a circular livremente sem barreiras, os mecanismos controladores da doutrina Keynesiana ainda podem ser aplicados e alcançar os mesmos resultados?

Dizem-nos as estatísticas dos organismos da ONU, que se têm vindo a agravar no mundo as assimetrias entre as regiões, os países e as populações. Os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres!

Ao contrário do que muitos previam, a Globalização veio ainda agravar esta situação, dentro do velho princípio "de que o dinheiro atrai dinheiro" e que os investidores não investem onde há pobreza!

Por sua vez os sistemas neo colonialistas mantêm-se: os países sub desenvolvidos exportam matérias primas, e depois compram aos países desenvolvidos os produtos já manufaturados, agravando as suas finanças públicas e o endividamento. Tudo isto, também, em muitos casos, com a conivência do enriquecimento dos líderes locais!

Será que poderemos conviver, ETERNAMENTE, no mesmo Planeta aceitando um Mundo cada vez mais desigual?

Cada vez mais as relações, a nível mundial, são comandadas pelos interesses financeiros, ou, pior ainda, pelos movimentos especulativos, inviabilizando, na acção, todas as regras e teorias de desenvolvimento e de governação que ao longo dos anos cimentaram as relações entre os Estados.

Hoje, assistimos a uma instabilidade económica e social sem limites e, mais grave, à manifesta impotência dos governantes e dos Organismos internacionais, para controlarem as situações.

Estará em causa o fim do poder da democracia e do primado dos Direitos do Homem, em favor dos interesses imensuráveis de um poder económico globalizado, especulativo, sem Pátria e sem “Rosto”?

De fato, o dinheiro parece varrer tudo quanto encontra na frente, podendo mesmo ameaçar o funcionamento dos Estados e das suas instituições democráticas. Se isso acontecer, o mercado dará origem a um Hiper Império, criador de grandes desigualdades económicas e sociais, potencial criador de uma civilização de barbáries regressivas. Tudo será privatizado em nome de ideais mercantilistas e a Natureza será hipotecada em favor do “imediato”, inviabilizando o futuro.

Concorda com a situação descrita?

O "Desenvolvimento Sustentável" é aquele que atende às necessidades presentes, sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades .

A Declaração do Milénio aprovada pela ONU, em 2000, fixou Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os quais deveriam ser integrados nas políticas e programas nacionais.

Será que hoje os países, sobretudo os mais ricos, estão a respeitar esses objetivos nas suas políticas desenvolvimentistas, ou será que GLOBALMENTE o desafio do desenvolvimento Sustentável está falhando ???

Os políticos e os grande negócios estão a pressionar a utilização de biocombustíveis, como o etanol, à base de milho como alternativa ao petróleo.

Na verdade, o que todos estão fazendo é aumentar os preços mundiais da alimentação, ajudando a destruir, por exemplo, a floresta amazónica e, com isso a tornar o aquecimento global cada vez maior e a aumentar a fome no Mundo.

Em conclusão, a produção de cereais que serviriam para alimentar as bocas famintas do mundo subdesenvolvido, está a ser substituído por produções que servirão para abastecer os depósitos de combustível dos veículos dos países desenvolvidos!

Será que o preço compensará ????

Os principais líderes mundiais presentes na Cimeira do Milénio das Nações Unidas, manifestaram uma forte determinação em acabar com a pobreza no mundo. Declararam o seu compromisso, não só com as pessoas dos seus países mas com todos os povos do mundo, comprometendo-se a fazerem o possível para atingir, no séc.XXI, objectivos fundamentais da humanidade, incluindo a erradicação da pobreza, a promoção da dignidade humana e a realização da paz, da democracia e a sustentabilidade ambiental.

Desta declaração nasceram os grandes Objectivos de Desenvolvimento do Milénio que devem motivar e responsabilizar todos os governantes e cidadãos do mundo .

É sabido que as diferentes dimensões da vida humana possuem fortes relações inter - relações. Sendo assim, será que a liberdade cultural é importante não só na esfera cultural, mas também nos êxitos e fracassos das esferas social, política e económica ?

No Forum Social Mundial de Porto Alegre, perante as alterações climáticas e sociais em curso, chegavam pessoas de todas as partes do mundo com as mesmas preocupações humanísticas.

Será possível, a partir desta prepocupação comum, ser criada uma Cidadania Global como forma de pressão sobre os poderes políticos globais?

Nas últimas décadas, o preço das matérias primas e o valor do Dólar têm evoluído na mesma direcção. Com efeito, tem sido o dinamismo americano que tem estimulado a procura nos mercados internacionais, pelo que o ciclo conjuntural da economia americana e o das matérias primas têm estado em sintonia.

Presentemente, pela primeira vez, estão a evoluir em sentidos opostos ! O que mudou ?

Há atualmente provas cientificas que indicam que as alterações climáticas provocadas pelo Homem estão a impedir o Mundo para um desastre ecológico, com impacto irreversível no desenvolvimento humano.

Para os milhões de pessoas, entre as populações mais pobres, as alterações climáticas estão já a minar os seus esforços e a sua esperança de escapar a uma pobreza catastrófica!

Será que o Mundo ( todos nós!!!) saberemos dar uma resposta séria e urgente perante esta situação ?

Respondam por favor e assumam a vossa responsabilidade. Ninguém está inocente!

Expandir a liberdade cultural nesta era de globalização apresenta novos desafios. Os contatos entre pessoas, seus valores, suas idéias e seus modos de vida têm aumentado. Para muitos, esta nova diversidade é excitante. Para outros é perturbadora. Em que ficamos???

No entanto, a liberdade cultural não aparece expontanemente. Será que a sua promoção constituirá hoje uma prioridade assumida pelos Governos?

Fidel de Castro, goste-se ou não dele marcou a hisória de um país e a vivência de um povo! Libertou heroicamente Cuba da tirania de Fulgêncio Batista, dotou o país de bons indicadores sociais e culturais, sobreviveu ao bloqueio dos Americanos, mas economica e politicamente parou no tempo, não sabendo ler as novas dinâmicas de uma sociedade que tinha mudado. Isto teve elvados custos económicos e plíticos para o povo cubano!

Será que o balanço final de 47 anos de castrismo, deixou sementes para perdurar ? Será que a hora de passar a "colónia americana " chegou?

As próximas eleições Presidenciais dos EUA, também têm a ver com o seu relacionamento com o mundo, daí o interesse que devem também merecer em qualquer país e não só aos americanos!